terça-feira, 4 de agosto de 2009

Quimera em Corda, o EP


Aqui estou para disponibilizar um compacto com algumas de minhas composições (o link para download no final do post). Não há nenhuma ambição além de fazer arte... não, não há ambição alguma. Arte tem pouco feeling... Mas ela me ajuda a dar sentido à vida, acredito que isso acontece com muita gente. Traduzir-se em arte não é tarefa simples, as palavras quase sempre são inúteis - inania verba - e o "desate dos nós" é uma tarefa árdua de auto-conhecimento... ou talvez seja puro fluxo de consciência. Ou nem isso. Enfim, é uma forma de se contemplar e de interpretar o mundo.

O critério na seleção das músicas é simples: não escolhi as melhores, nem as piores. Tentei colocar as que dizem mais - ahan, sei! Muitas de minhas composições são abstratas demais para serem entendidas por alguém além de mim... pô, quanta pretensão! Nem eu entendo. Me refiro às instrumentais. Por isso as que aqui disponibilizo possuem letras, o que torna a percepção mais completa e a interpretação mais palpável. Me faz um favor: perdoa aí o péssimo inglês.

Não há uma identidade nesse grupo de músicas... Cada uma tem sua particularidade e origem. De maneira geral, eu só tava experimentando. Classifico embora Alternativo para defini-las, por ter sentido amplo. E também não há nenhum vínculo com outros seres: gravei só. Em minha casa, em meu computador, com um programa freeware. É o que pode ser chamado de Banda de um Homem só, mas não precisa ser chamado de nada. No esquema open source.


Não quero direcionar interpretações, somente falarei um pouco sobre cada música do EP.

You Didn't Die Tomorrow foi feita no violão de 12 cordas. É sobre fé ou confiança em seu destino. Claro que não fala só disso. Apesar dos pesares, essa letra é quase uma carta de amizade para alguém que, de fatou, foi um pesar. E já que águas passadas movem moinhos, talvez a pessoa ainda seja um pesar.

Human Nature trata de liberdade e nossa natureza, humana, animal, nem sei... Veio do ótimo filme Human Nature, de Charlie Kaufman, e há uma fala do filme no fim da música. Parece irônico que nossa moral seja tão anti-natural...

Low Battery tem um clima ébrio... Fiz no alto de uma madrugada e, a despeito da duração, tem muito a dizer: "I was searching the white rabbit to follow" ("Eu estava procurando o coelho branco para segui-lo").

Shine Alone (folken) fiz num violão de nylon, manhã de domingo. Antes era só melodia, e por ser um folkzinho, dei o nome prematuro de Folken. Fala sobre astronomia, também de solidão e de Yoñlu... "Estrela, como ser assim tão só e nunca sofrer?".

Come Out é estranha. Também surgiu na madrugada alta e é totalmente espontânea. Posso dizer que tem influencia dos Pixies, mas duvido que alguém perceba. É sombria e direta, poderia ser a última faixa do disco. Mas o final dela não tem relação com o fim do disco, e sim outro fim (e outros meios! hehe)

Mother Nature é a única instrumental que selecionei pra esse EP. No final há uma parte da fala de um episódio especial de Skins, de onde surgiu a inspiração para criá-la. Chovia forte nesse dia, uma tarde de verão. Os sons da natureza e dos animais foram tirados do YouTube.

Para finalizar o disco, Quimera em Corda, faixa título do EP. Não escondo, também: surgiu de uma de minhas leituras de Hesse. O assunto é amplo, mas gosto de pensa-la como uma canção para quem faz arte ou tenta fazer arte. Uma alegoria, uma alegoria de trocadilhos com corda, nós...



As letras estão em cada música, veja pelo Windows Media Player (talvez seja necessário baixar um plug-in. Este deve servir: http://www.baixaki.com.br/site/dwnld52462.htm). Me perdoem o inglês. Aí está minha obra, com sinceridade... A sinceridade que me sacia, que derruba minhas mentiras e meus teatros. Sou muitos, tenho centenas de eus. Vocês têm a liberdade de conhecer alguns deles, mesmo que não haja nenhum fator interessante nisso. Desatemos nossos nós!
 
04/08/09


Link 4shared, arquivo .rar com as 7 canções, 21 minutos e 42MB:
http://www.4shared.com/file/122948212/f58ef9e3/Quimera_em_Corda__EP__-_Rafael_da_Costa.html